A Odontologia Brasileira perde Sérgio Rivetti Dias.
Caracterizado por forte personalidade, Rivetti foi o responsável por um grande desenvolvimento da ABO-RJ nos dois mandatos em que esteve à frente dos destinos da associação. Enérgico, sem subterfúgios, mostrava logo ao interlocutor o seu modo de pensar. Organizou uma equipe coesa de diretores que comandava com pulso firme, mas ouvia atento as objeções, as sugestões, os programas de trabalho, os relatórios. Com ele a ABO-RJ ganhou em patrimônio sem perder a alegria que transforma as associações em uma família. Seu carinho maior estava voltado ao Museu Salles Cunha, que apoiou e procurou dinamizar, ciente de sua potencialidade. Um semblante severo disfarçava uma alma sensível que todos reconheciam ao criar o plano de saúde dos funcionários da ABO-RJ e estimular atividades de lazer e sociais na instituição. Fatos políticos associativos afastaram-no da ABO-RJ, mas nunca a esqueceu. Incansável, foi o cérebro da criação da AORJ, sua antiga aspiração, e a força que deu representação à ABCD, no Rio de Janeiro. Gostava de lembrar seu tempo de Faculdade, em Niterói, com largos sorrisos. Os imóveis do museu e o da Rua Sampaio Viana foram adquiridos no final de seu último mandato. Seu orgulho, porém, foi a compra da sede própria da AORJ, na Avenida Treze de Maio, centro da cidade. Sua maior devoção era a sua família, a esposa Wilma e os filhos do quais muito se orgulhava. A doença pegou-o de surpresa e só tirou o seu elã quando seu organismo fraquejou e seu coração parou de bater. Nascido em 1935, o carioca Sérgio Rivetti Dias foi cremado no dia 18 de dezembro, pouco antes de completar 70 anos no dia 24 do mesmo mês. O calor de suas cinzas e a lembrança de suas realizações ficarão eternamente gravados na AORJ, lugar em que mais acelerado bateu o seu coração. A ABO-RJ, seção Rio de Janeiro, a AORJ, a ABCD e a Associação Brasileira de Museologia estão apoiando a homenagem que o Museu Salles Cunha está prestando ao Dr. Sérgio Rivetti Dias. Trata-se de uma exposição sobre aquele que dedicou grande parte de sua vida à Odontologia, ocupando posições destacadas em diversos órgãos da profissão, principalmente a ABO-RJ, na qual foi Presidente em dois mandatos seguidos. As vitrinas do Museu mostram um grande número de crachás de Congressos e Reuniões, suas carteiras de sócio aspirante (1959), sócio contribuinte (1962) e de estudante da FFOERJ (1959) e outros documentos que mostram a sua brilhante trajetória de dirigente e organizador. Medalhas, diplomas honoríficos e fotos completam a exposição. Entre as fotos, destacam-se as obtidas durante a assinatura de aquisição do que, segundo ele, se tornou o seu maior empreendimento: a sede própria da Academia de Odontologia do Estado do Rio de Janeiro. Mozart - 250 anos de nascimento Wolfgang Amadeus Mozart (na realidade Johann Chrysistomus Theophilus) nasceu em 27 de janeiro de 1756 em Salzburgo, Áustria. Era menino prodígio tendo publicado em Paris a sua primeira composição com sete anos de idade. Mozart sempre teve em grau incrível o dom da improvização criadora: existem disso inúmeras provas. Naquela época, causou enorme impressão a um observador frio e metódico, o naturalista inglês Daines Barrington, cuja referência constitue um dos mais valiosos e curiosos documentos que existem sôbre o desenvolvimento daquela precocidade e da qual o pai dizia numa carta: "Notem bem que êsse extraordinário Wolfgang, com seus oito anos, conhece tudo que se poderia exigir de um homem de quarenta!" Sabe-se que essa coparticipação do discípulo na obra do mestre e como a realização de suas idéias, é muito mais importante no Requiem, embora em muitos pontos não menos difícil de precisar. A autencidade integral do Requiem deu lugar a sérias polêmicas e controvérsias na Alemanha, tendo afinal, ficado mais ou menos assentado que o Requiem e o Kyrie são completamente de Mozart. Quanto ao Dies Irae até as palavras "qua resurget ex favila", foi começado por Mozart segundo seu processo de sempre: escreveu completamente a parte vocal e o baixo cifrado indicando de forma sumária os compassos de entrada. Restavam por fazer o Sanctus, o Agnus Dei, a Luz Perpettua que ficou sendo repetição da fuga do Kyrie. Süssmayer aproveitou-se dos rascunhos do mestre e completou a instrumentação a pedido de Constança, afim de entregar a obra que fôra paga adiantadamente. O concêrto para clarineta que êle começou para Stadler e parece não ter podido acabar, é um pouco anterior. Todos os recursos do instrumento pelo qual sabemos a sua preferência, são realçados com especial cuidado, e a obra tem o mais alto valor musical, devido ao emprêgo constante do contraponto. Com o Titus e o Requien, cuja história nos faz remontar até o mês de julho, em plena elaboração da "Flauta mágica", encontramos, pela primeira vez, ao lado de Mozart, um colaborador e um auxiliar. O jovem Franz Süssmayer (tinha vinte e cinco anos nessa data) desde algum tempo seu discípulo e assíduo companheiro, tem nas duas óbras, aliás bem valiosas, uma parte tão importante que merece referência especial Mozart faleceu na miséria em 5 de dezembro de 1791. O enterro foi a 8 de dezembro em fossa comum. A esposa Constança estava doente e não pode acompanhar o féretro. Muito tempo depois, já restabelecida, Constança tentou resgatar os restos mortais do marido. No cemitério, o único que sabia do local do enterro já havia falecido também. Os ossos de Mozart nunca foram encontrados. Ref.: Curzon, H. de - Vida de Mozart - São Paulo, Ed. Cultura Brasileira S/A, 1934, (16 Coleção Cultura Musical). |